Marilena Chaui

<strong>Laços familiares e formação acadêmica</strong> Marilena de Souza Chaui é uma das mais importantes cientistas brasileiras da atualidade. Filósofa, sua extensa obra vem influenciando a formação intelectual de diferentes gerações em nosso país e seus textos são utilizados como refe...

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Formato: Online
Publicado em: 2024
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Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/historia-das-ciencias/cientista?item_id=28779
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Resumo:<strong>Laços familiares e formação acadêmica</strong> Marilena de Souza Chaui é uma das mais importantes cientistas brasileiras da atualidade. Filósofa, sua extensa obra vem influenciando a formação intelectual de diferentes gerações em nosso país e seus textos são utilizados como referência desde a educação básica até a pós-graduação. Chaui é autora de dezenas de livros sobre temas diversos, a exemplo da história da filosofia e da política. Muitos deles convidam o leitor a refletir sobre conceitos como democracia, cidadania, cultura e ideologia. Nascida na capital paulista, em 1941, Marilena Chaui é filha de um jornalista e uma professora e cresceu em um meio que valorizava a educação e incentivava a leitura e a escrita. Estudou a maior parte de sua infância e adolescência em escolas públicas e encantou-se pela filosofia quando tinha mais ou menos 16 anos. Isso ocorreu quando um de seus professores no Colégio Estadual Presidente Roosevelt, João Villalobos, deu algumas aulas sobre lógica. Levando à frente sua empolgação e curiosidade com o tema, Marilena graduou-se em filosofia na Universidade de São Paulo (USP), em 1965, e passou a estudar mais profundamente a história desse campo do conhecimento (CHAUI, 2018). Enquanto cursava o mestrado na mesma universidade, atuou como professora no Colégio Estadual Alberto Levy, onde ministrava aulas de filosofia. Chaui sempre gostou muito da atividade docente, reconhecendo a imensa importância de sua disciplina no ensino básico. Segundo ela, nasceu “para ser professora” e “não há nada mais empolgante e prazeroso do que ver os estudantes descobrirem o pensamento, a linguagem, a reflexão, à medida que vão escutando o que você diz”. Assim, adorava atuar na escola pública, recordando-se desse momento como de grande alegria, pois seus alunos costumavam ser muito interessados (SANTIAGO & SILVEIRA, 2016, p. 271). Quando finalizou o mestrado em Filosofia, em 1967, iniciou o curso de doutorado, deixou o Colégio Alberto Levy e passou a dar aulas como Professora Assistente no Departamento de Filosofia da USP. Nessa ocasião, recorda-se de uma situação na qual teve de enfrentar o machismo: “[...] o professor que dirigia o departamento não via com bons olhos a contratação de mulheres para a universidade, sua maior objeção (compartilhada por vários professores) era a maternidade. Tempos mais tarde, eu soube que um dos professores, favorável ao meu ingresso, galhofeiramente propusera ao departamento minha esterilização, já que minha fertilidade causava tanto mal-estar” (CHAUI, 2018). Durante seus anos estudando e, depois, dando aulas na universidade, Marilena Chaui teve intenso contato com diferentes formas de expressão artística e cultural, frequentando os teatros, cinemas e bares que ficavam próximos ao campus da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, localizado, à época, no centro da cidade de São Paulo. As discussões e debates intelectuais transpunham os muros da instituição, espalhando-se, de suas salas de aula, grêmios e centros estudantis, a esses ambientes alternativos (SANTIAGO & SILVEIRA, 2016).