Pensamento rodante: a comunicação e as formas de ser e pensar dos povos africanos pelo mundo
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2023
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Esta pesquisa procurou mostrar a circularidade cultural proveniente dos povos africanos que envolve realização de certas atividades em formato de um círculo/ roda. Essa pratica também presente em cultura brasileira, vai além das formas geométricas em si, pois, liga ao imaginário de retornos e ciclos. |
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Como observado anteriormente, a pesquisa é importante para a inclusão de formas diversas de pensamento e de conhecimento no contexto escolar, e para o fortalecimento dos grupos historicamente excluídos das narrativas sobre pensamento e cultura no Brasil, como os africanos.
Propõe (a publicação) que as vozes, expressões e sentimentos dos povos afros relacionados à constelação própria de pensamento, possam chegar às áreas das Ciências Humanas e Sociais, proporcionando a pesquisadoras (es) negros, o empoderamento e a produção de conhecimento, colaborando assim com a pesquisa e disseminação do conhecimento no ambiente universitário.
Contudo, o que se pretendeu não foi se sobrepor ao conhecimento euro-ocidental já estabelecido, mas, outrossim, que ambos caminhem juntos, porém incorporando outras formas de pensamento, tais como as produzidas por diversas comunidades indígenas, tanto as do Brasil, quanto as do continente americano. Este artigo é uma parte dos estudos realizados no campo da Comunicação Social e que visa trazer um novo olhar para outras formas de se comunicar, se relacionar, de educar e de pensar, além das realidades históricas, sociais e culturais da Europa Ocidental, que amplamente têm direcionado os nossos sistemas educacionais brasileiros ao longo da história. Afinal, a nossa formação enquanto povo não está relacionada apenas à colonização pelos europeus. É necessário identificar, (re) conhecer e pensar sobre todos os povos que participaram dessa formação, tais como: africanos e indígenas. A pesquisa procurou evidenciar uma circularidade cultural: as rodas (marca dos fenômenos culturais, que se resumem na capacidade destes de influenciarem ou serem influenciados), fenômeno bastante presente na sociedade brasileira, quer seja na Capoeira, nas religiões de matriz africana, no Samba, nas festas populares ou até mesmo nas salas de aula, as rodas se fazem presentes e são formas constituídas pelos povos africanos e ameríndios, uma vez que, mesmo tendo práticas circulares, os europeus deram maior prioridade às linhas retas, às formas retangulares (que são muito presentes no nosso cotidiano em diversos elementos) e a outras abordagens pensadas pelo racionalismo. As práticas das rodas no contexto das africanidades, presentes em nossa cultura, vão além das formas geométricas em si. Elas se ligam ao imaginário de retornos e ciclos, no aspecto da presença ancestral e seus valores para condicionar um futuro. Dessa forma, o pensamento também se torna circular. A pesquisa foi realizada pelo programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Trata-se de uma pesquisa de doutoramento que se originou de um pensamento bastante particular e procedente de práticas que envolvem as rodas no contexto das culturas africanas e afro-brasileiras. Tal forma de pensamento foi denominada, no avanço da pesquisa, como “pensamento rodante”, ou seja, aquele advindo das rodas. A relevância dessa pesquisa está em somar-se aos diversos estudos e trabalhos que, nas últimas duas décadas, têm se dedicado a combater o racismo (que também está presente nas áreas de pesquisa, produção e difusão do conhecimento), e na integração de conhecimentos afrodiaspóricos e ameríndios que têm se empenhado em descolonizar as formas de pensamento existentes nas universidades, nas prateleiras das livrarias e bibliotecas, e também nas escolas. Dessa forma, professores podem consultar a pesquisa para fortalecer as legislações vigentes, como a lei nº 10.639/2003, que solicita a emergência da inclusão dos temas das africanidades no currículo escolar. Infográfico - Pensamento rodante Para alcançar a ideia de um pensamento negro, ou seja, existente nas comunidades negras do Brasil e de outros lugares do mundo, foi necessária uma imersão de corpo nas religiosidades de matriz africana e na Capoeira de Angola (modalidade tradicional da Capoeira). Primeiramente, se fez um estudo de campo, no qual se priorizou um método de busca pelas teorias afrocentradas, complementando-o, posteriormente, com os estudos bibliográficos, cujo público alvo foram os intelectuais negros e negras. O intuito do trabalho, não era o de olhar somente para um lado do conhecimento, ou de inverter as lógicas, mas sim o de priorizar a reflexão e análise sobre o conhecimento desses povos, por eles mesmos. A pesquisa também envolveu as produções visuais de artistas negros e negras, africanos e afrodiaspóricos (populações descendentes dos povos africanos dispersos pela escravidão e colonialismo, que buscam resgatar e consolidar a ancestralidade), com a finalidade de observar como o símbolo circular e rodante se posiciona nessas produções. Ao final, o estudo foi avaliado e validado por intelectuais negros (professores, pesquisadores, mestres) que atuam tanto nas universidades como nas rodas afro-brasileiras da religiosidade (Candomblé e Umbanda), da Capoeira de Angola e da música popular. |
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior |
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282552024-10-01T19:01:00Z1[CeS] Textos de divulgação Pensamento rodante: a comunicação e as formas de ser e pensar dos povos africanos pelo mundo Abrão Rodrigues Neto Alan Santos de Oliveira oralidade imaginário cultura afro ** Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 2023-11-20 Capa vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/9ada01919e69b2114e78f298f66a60cbc9439526.jpg Como observado anteriormente, a pesquisa é importante para a inclusão de formas diversas de pensamento e de conhecimento no contexto escolar, e para o fortalecimento dos grupos historicamente excluídos das narrativas sobre pensamento e cultura no Brasil, como os africanos. Propõe (a publicação) que as vozes, expressões e sentimentos dos povos afros relacionados à constelação própria de pensamento, possam chegar às áreas das Ciências Humanas e Sociais, proporcionando a pesquisadoras (es) negros, o empoderamento e a produção de conhecimento, colaborando assim com a pesquisa e disseminação do conhecimento no ambiente universitário. Contudo, o que se pretendeu não foi se sobrepor ao conhecimento euro-ocidental já estabelecido, mas, outrossim, que ambos caminhem juntos, porém incorporando outras formas de pensamento, tais como as produzidas por diversas comunidades indígenas, tanto as do Brasil, quanto as do continente americano. Este artigo é uma parte dos estudos realizados no campo da Comunicação Social e que visa trazer um novo olhar para outras formas de se comunicar, se relacionar, de educar e de pensar, além das realidades históricas, sociais e culturais da Europa Ocidental, que amplamente têm direcionado os nossos sistemas educacionais brasileiros ao longo da história. Afinal, a nossa formação enquanto povo não está relacionada apenas à colonização pelos europeus. É necessário identificar, (re) conhecer e pensar sobre todos os povos que participaram dessa formação, tais como: africanos e indígenas. A pesquisa procurou evidenciar uma circularidade cultural: as rodas (marca dos fenômenos culturais, que se resumem na capacidade destes de influenciarem ou serem influenciados), fenômeno bastante presente na sociedade brasileira, quer seja na Capoeira, nas religiões de matriz africana, no Samba, nas festas populares ou até mesmo nas salas de aula, as rodas se fazem presentes e são formas constituídas pelos povos africanos e ameríndios, uma vez que, mesmo tendo práticas circulares, os europeus deram maior prioridade às linhas retas, às formas retangulares (que são muito presentes no nosso cotidiano em diversos elementos) e a outras abordagens pensadas pelo racionalismo. As práticas das rodas no contexto das africanidades, presentes em nossa cultura, vão além das formas geométricas em si. Elas se ligam ao imaginário de retornos e ciclos, no aspecto da presença ancestral e seus valores para condicionar um futuro. Dessa forma, o pensamento também se torna circular. A pesquisa foi realizada pelo programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Trata-se de uma pesquisa de doutoramento que se originou de um pensamento bastante particular e procedente de práticas que envolvem as rodas no contexto das culturas africanas e afro-brasileiras. Tal forma de pensamento foi denominada, no avanço da pesquisa, como “pensamento rodante”, ou seja, aquele advindo das rodas. A relevância dessa pesquisa está em somar-se aos diversos estudos e trabalhos que, nas últimas duas décadas, têm se dedicado a combater o racismo (que também está presente nas áreas de pesquisa, produção e difusão do conhecimento), e na integração de conhecimentos afrodiaspóricos e ameríndios que têm se empenhado em descolonizar as formas de pensamento existentes nas universidades, nas prateleiras das livrarias e bibliotecas, e também nas escolas. Dessa forma, professores podem consultar a pesquisa para fortalecer as legislações vigentes, como a lei nº 10.639/2003, que solicita a emergência da inclusão dos temas das africanidades no currículo escolar. Infográfico - Pensamento rodante Para alcançar a ideia de um pensamento negro, ou seja, existente nas comunidades negras do Brasil e de outros lugares do mundo, foi necessária uma imersão de corpo nas religiosidades de matriz africana e na Capoeira de Angola (modalidade tradicional da Capoeira). Primeiramente, se fez um estudo de campo, no qual se priorizou um método de busca pelas teorias afrocentradas, complementando-o, posteriormente, com os estudos bibliográficos, cujo público alvo foram os intelectuais negros e negras. O intuito do trabalho, não era o de olhar somente para um lado do conhecimento, ou de inverter as lógicas, mas sim o de priorizar a reflexão e análise sobre o conhecimento desses povos, por eles mesmos. A pesquisa também envolveu as produções visuais de artistas negros e negras, africanos e afrodiaspóricos (populações descendentes dos povos africanos dispersos pela escravidão e colonialismo, que buscam resgatar e consolidar a ancestralidade), com a finalidade de observar como o símbolo circular e rodante se posiciona nessas produções. Ao final, o estudo foi avaliado e validado por intelectuais negros (professores, pesquisadores, mestres) que atuam tanto nas universidades como nas rodas afro-brasileiras da religiosidade (Candomblé e Umbanda), da Capoeira de Angola e da música popular. Oralidade, imaginário e pensamento rodante: contribuições decoloniais e comunicacionais das tradições africanas Esta pesquisa procurou mostrar a circularidade cultural proveniente dos povos africanos que envolve realização de certas atividades em formato de um círculo/ roda. Essa pratica também presente em cultura brasileira, vai além das formas geométricas em si, pois, liga ao imaginário de retornos e ciclos. 2023-11-20 http://dx.doi.org/10.5380/am.v24i1.85040 Ciências Humanas Rodrigues Neto (2023) Infográfico - Pensamento rodante Para alcançar a ideia de um pensamento negro, ou seja, existente nas comunidades negras do Brasil e de outros lugares do mundo, foi necessária uma imersão de corpo nas religiosidades de matriz africana e na Capoeira de Angola (modalidade tradicional da Capoeira). Primeiramente, se fez um estudo de campo, no qual se priorizou um método de busca pelas teorias afrocentradas, complementando-o, posteriormente, com os estudos bibliográficos, cujo público alvo foram os intelectuais negros e negras. O intuito do trabalho, não era o de olhar somente para um lado do conhecimento, ou de inverter as lógicas, mas sim o de priorizar a reflexão e análise sobre o conhecimento desses povos, por eles mesmos. A pesquisa também envolveu as produções visuais de artistas negros e negras, africanos e afrodiaspóricos (populações descendentes dos povos africanos dispersos pela escravidão e colonialismo, que buscam resgatar e consolidar a ancestralidade), com a finalidade de observar como o símbolo circular e rodante se posiciona nessas produções. Ao final, o estudo foi avaliado e validado por intelectuais negros (professores, pesquisadores, mestres) que atuam tanto nas universidades como nas rodas afro-brasileiras da religiosidade (Candomblé e Umbanda), da Capoeira de Angola e da música popular. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/28255 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/9ada01919e69b2114e78f298f66a60cbc9439526.jpeg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/77dcd9f5acabc7d6c88cde1947297c3a084a8147.png |