A nanotecnologia como técnica para castração dos animais machos

Bibliografski detalji
Glavni autori: Abrão Rodrigues Neto, Carolina Madeira Lucci
Format: Online
Izdano: 2023
Teme:
Online pristup:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=28117
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abstract O presente estudo desenvolveu uma técnica não cirúrgica para a castração de animais machos que pode contribuir significativamente para a contenção do elevado número de cães e gatos que vivem em liberdade nos espaços públicos do país.
coverage Os dados da pesquisa mostram que a utilização do método hipertermia mediada por nanopartículas magnéticas (MNH) aplicado direto nos testículos dos ratos, foram eficazes na esterilização em menos de 56 dias, e demonstrou ter poucos efeitos colaterais na saúde dos animais submetidos ao estudo. Essa técnica se torna mais benéfica em relação à castração cirúrgica, pois não requer centros cirúrgicos, instrumentos ou tratamentos, observações ou acompanhamento depois da realização de cirurgia – tampouco a necessidade de uso dos antibióticos e terapia de longo prazo ou remoção de suturas. Além disso, a técnica de MNH é mais vantajosa se comparada à castração química, porque causa uma resposta inflamatória mais leve em relação aos dos agentes químicos injetados em vasos sanguíneos.
Os resultados das análises da observação clínica revelam que não houve complicações com nenhum dos animais submetidos ao experimento, porém, um animal do grupo MNH morreu 3 dias após o início do tratamento. Ao examinar o rato morto, não foram encontrados indícios de que a causa estivesse relacionada ao tratamento, mas, a hipótese não foi completamente descartada pelos pesquisadores. Durante o experimento, todos os animais ganharam peso, associado provavelmente ao envelhecimento. Nenhum dos ratos apresentou qualquer alteração na aparência geral depois do tratamento, apenas os animais do grupo MF apresentaram manchas escuras nos testículos, resultante do processo relacionado ao fluido magnético injetado. Consideramos importante o resultado desta pesquisa pelo potencial de evitar que os animais tenham filhos indesejados, levando a uma superpopulação de animais de rua e até mesmo ao abandono. Além disso, muitos animais que são deixados sem supervisão e sem cuidados adequados acabam sofrendo ou morrendo por doenças ou ferimentos. Assim sendo, a castração pode ajudar a melhorar a saúde do animal, reduzindo o risco de certos tipos de infecções e câncer.
As novas tecnologias vêm oferecendo à sociedade insumos que lhe permitam resolver os problemas que pareciam sem soluções, sobretudo nas áreas da saúde pública. É nesse contexto que a biomedicina exerce um papel importante, usando tecnologias modernas para unir saberes biológicos à saúde humana através da aplicação de estudos e pesquisas com foco em causas e sintomas das doenças, a fim de encontrar formas de tratamentos, tais como: curas, produção de soros, medicamentos, vacinas, etc. Nesse contexto, a nanotecnologia, que é o campo científico-tecnológico transversal dedicado à compreensão, controle e utilização das propriedades da matéria na nanoescala (1,0x10-9m, que equivale a 1 bilionésimo do metro), vem sendo usada em aplicações biomédicas, incluindo, nas últimas décadas, a biologia reprodutiva e a medicina.
A maioria dos estudos que envolve nanotecnologias (especificamente nanopartículas em biomedicina) centrou-se na melhoria da eficácia das descobertas, na precisão dos diagnósticos e risco que os tratamentos do câncer podem trazer à função reprodutiva. Outras pesquisas investigaram a utilização de nanomateriais como instrumentos para tratar casos de casais com dificuldades de obter gravidez. Mais recentemente, a nanotecnologia começou a ser explorada como instrumento e método para ampliar e modernizar o processo de castração masculina - notadamente nos animais. Isso porque, as técnicas de castração utilizadas antes da produção desta pesquisa, baseavam-se sobretudo em cirurgias, que apresentam complicações para os animais submetidos à mesma, com sérios risco de adquirirem infecções e sujeitos à necessidade de muitos cuidados.
Os métodos e técnicas como injeção intratesticular dos agentes esclerosantes (agentes químicos injetados em vasos sanguíneos) já foram usados, mas de maneira reduzida, devido a vários efeitos negativos que traziam, e principalmente, porque a infertilidade resultante nunca foi devidamente provada como sendo definitiva. Em atenção à necessidade de conter o elevado número dos cães e gatos que vivem em liberdade, ou seja, nas ruas, não só do Brasil como nas de outros países (assunto que gera debates e provoca desafios à saúde pública e nas comunidades científicas em geral), há um grande esforço para encontrar estratégias, de preferência não cirúrgicas, que possam permitir a redução desse acelerado crescimento. Diante do desafio, a forma encontrada pelos pesquisadores do Laboratório de Reprodução Animal, Departamento de Ciências Fisiológicas, Instituto de Ciências Biológicas, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília é a aplicação da Hipertermia mediada por Nanopartículas Magnéticas (MNH) nos testículos dos animais como técnica de castração sem necessidade de realizar cirurgia.
Castração com nanopartículas eletromagnéticas
A pesquisa iniciou com a síntese das nanopartículas, na UFG e, antes de realização da técnica proposta, os animais foram selecionados, divididos em 4 grupos, colocados em gaiolas com acesso a alimentação comercial e água filtrada. É importante esclarecer que a realização da experiência foi aprovada pelo órgão da universidade de Brasília UnB (comitê de ética) que controla o uso de animais em pesquisas. Os grupos eram formados por quatro a cinco ratos que foram observados diariamente, sendo analisados por até 56 dias, conforme o tratamento a que foram submetidos, os seus comportamentos, mudanças em aparência de maneira geral, sinais de dor, condição corporal, consumo de alimentos e peso.
Além dos testículos, foram analisados os fígados, rins, pulmões e baço desses animais, sendo medidos (comprimento e largura), pesados, processados e submetidos ao teste microscópico dos tecidos para detectar a existência de possíveis lesões (análise histopatológica clássica). Em seguida, os órgãos foram homogeneizados, separados, quantificados e as amostras em pó foram colocadas em tubos de vidro capilar, pesadas e seladas para avaliar a presença das nanopartículas. Os dados obtidos foram testados e analisados estatisticamente. Outros animais foram avaliados por 12 meses com exames de sangue, ultrassom e introdução de testosterona. Rim, baço e fígado analisados. Nenhum apresentou efeito colateral. Ainda, foi avaliada a detecção das nanopartículas a curto e longo prazo. No curto prazo foram detectadas as Nanopartículas, principalmente no fígado, porém no período de doze meses não foram achadas as nanopartículas no fígado.
institution Universidade de Brasília
Universidade Federal de Goiás
publishDate 2023
publishDateFull 2023-08-15
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Além disso, a técnica de MNH é mais vantajosa se comparada à castração química, porque causa uma resposta inflamatória mais leve em relação aos dos agentes químicos injetados em vasos sanguíneos. Os resultados das análises da observação clínica revelam que não houve complicações com nenhum dos animais submetidos ao experimento, porém, um animal do grupo MNH morreu 3 dias após o início do tratamento. Ao examinar o rato morto, não foram encontrados indícios de que a causa estivesse relacionada ao tratamento, mas, a hipótese não foi completamente descartada pelos pesquisadores. Durante o experimento, todos os animais ganharam peso, associado provavelmente ao envelhecimento. Nenhum dos ratos apresentou qualquer alteração na aparência geral depois do tratamento, apenas os animais do grupo MF apresentaram manchas escuras nos testículos, resultante do processo relacionado ao fluido magnético injetado. Consideramos importante o resultado desta pesquisa pelo potencial de evitar que os animais tenham filhos indesejados, levando a uma superpopulação de animais de rua e até mesmo ao abandono. Além disso, muitos animais que são deixados sem supervisão e sem cuidados adequados acabam sofrendo ou morrendo por doenças ou ferimentos. Assim sendo, a castração pode ajudar a melhorar a saúde do animal, reduzindo o risco de certos tipos de infecções e câncer. As novas tecnologias vêm oferecendo à sociedade insumos que lhe permitam resolver os problemas que pareciam sem soluções, sobretudo nas áreas da saúde pública. É nesse contexto que a biomedicina exerce um papel importante, usando tecnologias modernas para unir saberes biológicos à saúde humana através da aplicação de estudos e pesquisas com foco em causas e sintomas das doenças, a fim de encontrar formas de tratamentos, tais como: curas, produção de soros, medicamentos, vacinas, etc. Nesse contexto, a nanotecnologia, que é o campo científico-tecnológico transversal dedicado à compreensão, controle e utilização das propriedades da matéria na nanoescala (1,0x10-9m, que equivale a 1 bilionésimo do metro), vem sendo usada em aplicações biomédicas, incluindo, nas últimas décadas, a biologia reprodutiva e a medicina. A maioria dos estudos que envolve nanotecnologias (especificamente nanopartículas em biomedicina) centrou-se na melhoria da eficácia das descobertas, na precisão dos diagnósticos e risco que os tratamentos do câncer podem trazer à função reprodutiva. Outras pesquisas investigaram a utilização de nanomateriais como instrumentos para tratar casos de casais com dificuldades de obter gravidez. Mais recentemente, a nanotecnologia começou a ser explorada como instrumento e método para ampliar e modernizar o processo de castração masculina - notadamente nos animais. Isso porque, as técnicas de castração utilizadas antes da produção desta pesquisa, baseavam-se sobretudo em cirurgias, que apresentam complicações para os animais submetidos à mesma, com sérios risco de adquirirem infecções e sujeitos à necessidade de muitos cuidados. Os métodos e técnicas como injeção intratesticular dos agentes esclerosantes (agentes químicos injetados em vasos sanguíneos) já foram usados, mas de maneira reduzida, devido a vários efeitos negativos que traziam, e principalmente, porque a infertilidade resultante nunca foi devidamente provada como sendo definitiva. Em atenção à necessidade de conter o elevado número dos cães e gatos que vivem em liberdade, ou seja, nas ruas, não só do Brasil como nas de outros países (assunto que gera debates e provoca desafios à saúde pública e nas comunidades científicas em geral), há um grande esforço para encontrar estratégias, de preferência não cirúrgicas, que possam permitir a redução desse acelerado crescimento. Diante do desafio, a forma encontrada pelos pesquisadores do Laboratório de Reprodução Animal, Departamento de Ciências Fisiológicas, Instituto de Ciências Biológicas, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília é a aplicação da Hipertermia mediada por Nanopartículas Magnéticas (MNH) nos testículos dos animais como técnica de castração sem necessidade de realizar cirurgia. Castração com nanopartículas eletromagnéticas A pesquisa iniciou com a síntese das nanopartículas, na UFG e, antes de realização da técnica proposta, os animais foram selecionados, divididos em 4 grupos, colocados em gaiolas com acesso a alimentação comercial e água filtrada. É importante esclarecer que a realização da experiência foi aprovada pelo órgão da universidade de Brasília UnB (comitê de ética) que controla o uso de animais em pesquisas. Os grupos eram formados por quatro a cinco ratos que foram observados diariamente, sendo analisados por até 56 dias, conforme o tratamento a que foram submetidos, os seus comportamentos, mudanças em aparência de maneira geral, sinais de dor, condição corporal, consumo de alimentos e peso. Além dos testículos, foram analisados os fígados, rins, pulmões e baço desses animais, sendo medidos (comprimento e largura), pesados, processados e submetidos ao teste microscópico dos tecidos para detectar a existência de possíveis lesões (análise histopatológica clássica). Em seguida, os órgãos foram homogeneizados, separados, quantificados e as amostras em pó foram colocadas em tubos de vidro capilar, pesadas e seladas para avaliar a presença das nanopartículas. Os dados obtidos foram testados e analisados estatisticamente. Outros animais foram avaliados por 12 meses com exames de sangue, ultrassom e introdução de testosterona. Rim, baço e fígado analisados. Nenhum apresentou efeito colateral. Ainda, foi avaliada a detecção das nanopartículas a curto e longo prazo. No curto prazo foram detectadas as Nanopartículas, principalmente no fígado, porém no período de doze meses não foram achadas as nanopartículas no fígado. Alternativas nanotecnológicas para a castração não cirúrgica de animais machos O presente estudo desenvolveu uma técnica não cirúrgica para a castração de animais machos que pode contribuir significativamente para a contenção do elevado número de cães e gatos que vivem em liberdade nos espaços públicos do país. 2023-08-15 Ciências Agrárias Castração com nanopartículas eletromagnéticas A pesquisa iniciou com a síntese das nanopartículas, na UFG e, antes de realização da técnica proposta, os animais foram selecionados, divididos em 4 grupos, colocados em gaiolas com acesso a alimentação comercial e água filtrada. É importante esclarecer que a realização da experiência foi aprovada pelo órgão da universidade de Brasília UnB (comitê de ética) que controla o uso de animais em pesquisas. Os grupos eram formados por quatro a cinco ratos que foram observados diariamente, sendo analisados por até 56 dias, conforme o tratamento a que foram submetidos, os seus comportamentos, mudanças em aparência de maneira geral, sinais de dor, condição corporal, consumo de alimentos e peso. Além dos testículos, foram analisados os fígados, rins, pulmões e baço desses animais, sendo medidos (comprimento e largura), pesados, processados e submetidos ao teste microscópico dos tecidos para detectar a existência de possíveis lesões (análise histopatológica clássica). Em seguida, os órgãos foram homogeneizados, separados, quantificados e as amostras em pó foram colocadas em tubos de vidro capilar, pesadas e seladas para avaliar a presença das nanopartículas. Os dados obtidos foram testados e analisados estatisticamente. Outros animais foram avaliados por 12 meses com exames de sangue, ultrassom e introdução de testosterona. Rim, baço e fígado analisados. Nenhum apresentou efeito colateral. Ainda, foi avaliada a detecção das nanopartículas a curto e longo prazo. No curto prazo foram detectadas as Nanopartículas, principalmente no fígado, porém no período de doze meses não foram achadas as nanopartículas no fígado. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/28117 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/8bf65591f7b7d2b91ef759a1757e397a49794eb1.jpeg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/f822387f860775a9753f8fd066ca49dcdfaaec16.png