Máscaras Ticuna sacralizam a interação nativa com a floresta
Autor principal: | |
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2002
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Este é um estudo antropológico e comparativo entre as Máscaras, Artefatos Rituais, Relatos e Mitos do povo Ticuna (presente na Amazônia brasileira, peruana e colombiana). |
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Trata-se, em primeiro lugar, de uma contribuição para a compreensão do imaginário Ticuna. Uma das observações importantes é que as cerimônias desses índios já vem mostrando, desde tempos anteriores à década de 40, o impacto da cultura colonizadora. Em segundo lugar, quer-se refletir sobre a função de artefatos étnicos – como máscaras – para os mitos e, sobre a função desses próprios mitos. Finalmente, busca-se aclarar a relação de cerimônias, como o ritual de puberdade (que prepara a moça para a vida adulta em sociedade), com posturas coletivas frente a fenômenos climáticos, a pesca, o plantio, a colheita, etc. Nessa perspectiva a pesquisa caminha na direção do conceito antropológico de que os mitos constituem um modo de organização, observação e reflexão sobre o mundo sensível, “concreto” e, neste sentido, “histórico”. Trata-se assim, em última instância, de um trabalho para investigar e esclarecer as relações entre Mito e História, tomando como suporte o estudo da arte ritual dos Ticuna, comentada pelos próprios nativos. Através desses relatos transparece que os mitos registram e “arquivam”, por assim dizer, as interações tradicionais do povo com a Natureza, sacralizando-as. Além disso, pela necessidade de contar com especialistas em lingüística, o trabalho se reveste de uma dimensão interdisciplinar importante, já que relaciona alguns termos e formas verbais invariantes com enunciados dos mitos. Este é um estudo antropológico e comparativo entre as Máscaras, Artefatos Rituais, Relatos e Mitos do povo Ticuna (presente na Amazônia brasileira, peruana e colombiana), recolhidos pelo pesquisador Curt Nimuendajú entre 1941 e 1942 (Coleção Nimuendajú do Museu Paraense Emílio Goeldi) e as Máscaras,Artefatos Rituais, Relatos e Mitos presentes e utilizados por este povo ainda hoje, especialmente na festa Ticuna da “pelação da moça nova” (ritual de puberdade feminina) presenciada in loco na primavera de 1996, na aldeia Barro Vermelho. 00051_1.jpg Pintura do casco de tracajá, usado como tambor durante o ritual da puberdade feminina (festa da moça nova) Abrem o recinto de reclusão para a saída definitiva da moça As mulheres preparam a coroa da moça durante o nascer do Sol. As penas de arara vermelha da coroa representam o Sol. O irmão cobre os olhos da moças. O fato dela vir ou ser vista irá causar grande destruição para todos 00051_5.jpg 00051_6.jpg No ritual de puberdade os mitos dos Ticunas foram classificados como “estruturas performativas”, isto é, que se relacionam com as dinâmicas de sobrevivência, com as atividades agrícolas e pesqueiras, com o respeito ao meio ambiente, etc. Isto foi apontado pela coleta de desenhos e de relatos dos participantes da festa. Os depoimentos foram comparados a outros registros na literatura especializada e a desenhos e relatos coletados nas aldeias Otaware (Gente do Morro) e Enepü (Morro da Formiga). Depois disso, foram feitos registros em foto, vídeo e desenho de 48 indumetárias de ritual de dança(“máscaras”, “vestimentas de máscaras” e “panos de líber”) e 46 instrumentos rituais da Coleção Nimuedajú, que foram levados para serem comentados por anciãos Ticuna habitantes de terras indígenas Ticuna no Brasil e de resguardos indígenas, na Colômbia. Os comentários confirmaram a existência de uma relação entre os mitos, os rituais e muitos saberes “práticos” sobre o meio ambiente. |
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255782024-10-01T19:00:45Z1[CeS] Textos de divulgação Máscaras Ticuna sacralizam a interação nativa com a floresta Priscila Faulhaber Máscara 2002-12-07 187.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/c958eaac4ecbb1a000fe5750b352205b885c6a40.jpg Trata-se, em primeiro lugar, de uma contribuição para a compreensão do imaginário Ticuna. Uma das observações importantes é que as cerimônias desses índios já vem mostrando, desde tempos anteriores à década de 40, o impacto da cultura colonizadora. Em segundo lugar, quer-se refletir sobre a função de artefatos étnicos – como máscaras – para os mitos e, sobre a função desses próprios mitos. Finalmente, busca-se aclarar a relação de cerimônias, como o ritual de puberdade (que prepara a moça para a vida adulta em sociedade), com posturas coletivas frente a fenômenos climáticos, a pesca, o plantio, a colheita, etc. Nessa perspectiva a pesquisa caminha na direção do conceito antropológico de que os mitos constituem um modo de organização, observação e reflexão sobre o mundo sensível, “concreto” e, neste sentido, “histórico”. Trata-se assim, em última instância, de um trabalho para investigar e esclarecer as relações entre Mito e História, tomando como suporte o estudo da arte ritual dos Ticuna, comentada pelos próprios nativos. Através desses relatos transparece que os mitos registram e “arquivam”, por assim dizer, as interações tradicionais do povo com a Natureza, sacralizando-as. Além disso, pela necessidade de contar com especialistas em lingüística, o trabalho se reveste de uma dimensão interdisciplinar importante, já que relaciona alguns termos e formas verbais invariantes com enunciados dos mitos. Este é um estudo antropológico e comparativo entre as Máscaras, Artefatos Rituais, Relatos e Mitos do povo Ticuna (presente na Amazônia brasileira, peruana e colombiana), recolhidos pelo pesquisador Curt Nimuendajú entre 1941 e 1942 (Coleção Nimuendajú do Museu Paraense Emílio Goeldi) e as Máscaras,Artefatos Rituais, Relatos e Mitos presentes e utilizados por este povo ainda hoje, especialmente na festa Ticuna da “pelação da moça nova” (ritual de puberdade feminina) presenciada in loco na primavera de 1996, na aldeia Barro Vermelho. 00051_1.jpg Pintura do casco de tracajá, usado como tambor durante o ritual da puberdade feminina (festa da moça nova) Abrem o recinto de reclusão para a saída definitiva da moça As mulheres preparam a coroa da moça durante o nascer do Sol. As penas de arara vermelha da coroa representam o Sol. O irmão cobre os olhos da moças. O fato dela vir ou ser vista irá causar grande destruição para todos 00051_5.jpg 00051_6.jpg No ritual de puberdade os mitos dos Ticunas foram classificados como “estruturas performativas”, isto é, que se relacionam com as dinâmicas de sobrevivência, com as atividades agrícolas e pesqueiras, com o respeito ao meio ambiente, etc. Isto foi apontado pela coleta de desenhos e de relatos dos participantes da festa. Os depoimentos foram comparados a outros registros na literatura especializada e a desenhos e relatos coletados nas aldeias Otaware (Gente do Morro) e Enepü (Morro da Formiga). Depois disso, foram feitos registros em foto, vídeo e desenho de 48 indumetárias de ritual de dança(“máscaras”, “vestimentas de máscaras” e “panos de líber”) e 46 instrumentos rituais da Coleção Nimuedajú, que foram levados para serem comentados por anciãos Ticuna habitantes de terras indígenas Ticuna no Brasil e de resguardos indígenas, na Colômbia. Os comentários confirmaram a existência de uma relação entre os mitos, os rituais e muitos saberes “práticos” sobre o meio ambiente. As máscaras Ticuna em uma perspectiva histórico-comparativa Este é um estudo antropológico e comparativo entre as Máscaras, Artefatos Rituais, Relatos e Mitos do povo Ticuna (presente na Amazônia brasileira, peruana e colombiana). 2002-12-07 Ciências Humanas No ritual de puberdade os mitos dos Ticunas foram classificados como “estruturas performativas”, isto é, que se relacionam com as dinâmicas de sobrevivência, com as atividades agrícolas e pesqueiras, com o respeito ao meio ambiente, etc. Isto foi apontado pela coleta de desenhos e de relatos dos participantes da festa. Os depoimentos foram comparados a outros registros na literatura especializada e a desenhos e relatos coletados nas aldeias Otaware (Gente do Morro) e Enepü (Morro da Formiga). Depois disso, foram feitos registros em foto, vídeo e desenho de 48 indumetárias de ritual de dança(“máscaras”, “vestimentas de máscaras” e “panos de líber”) e 46 instrumentos rituais da Coleção Nimuedajú, que foram levados para serem comentados por anciãos Ticuna habitantes de terras indígenas Ticuna no Brasil e de resguardos indígenas, na Colômbia. Os comentários confirmaram a existência de uma relação entre os mitos, os rituais e muitos saberes “práticos” sobre o meio ambiente. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/25578 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c958eaac4ecbb1a000fe5750b352205b885c6a40.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/28f8f1e8deeb2530223faa340d8def94cb2a0158.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/1d18822120a88b96dfaadaec752583a65a93c013.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/10d4cf73189ae064e225d1d148c6b995af505de9.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/28b0ca3b619f79960e450bc5ae07c6f8c6e53eb8.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/f4564ee5030d0a24ffec9d793800c8a5a48f15dd.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/982ad08007fefb021829a83d15c1418a95650d2b.jpg |