Pesquisas ajudam a combater doenças dos índios Yanomami e Ye’Kuana

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Автор: Victor Py-Daniel
Формат: Online
Опубліковано: 2002
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abstract Os pesquisadores buscam, com este estudo, identificar as áreas de maior prevalência da doença bem como a origem (criadouros) dos insetos transmissores da oncocercose.
coverage A oncocercose é uma doença que teve origem na África e foi trazida à América Central por populações negras escravizadas. Dali a enfermidade espalhou-se pelo México, Guatemala, Equador e Colômbia, Venezuela e Brasil, sempre associada à comunidade negra. No Brasil não existem registros de associações com a raça negra. No Brasil a oncocercose foi registrada na década de 70 em missionários vindos da área Yanomami & Ye’Kuana. A oncocercose é de difícil eliminação, devido aos custos operacionais e às dificuldades logísticas do tratamento em áreas afastadas, e vem sendo combatida com a aplicação bianual de remédios contra os parasitas. Até agora os pesquisadores já descobriram que a transmissão tem caracter anual e não sazonal (como ocorre tanto na África como nas Américas); que o principal vetor é o inseto Thyrsopelma guianense; que o período de maior transmissão está associado com as migrações populacionais vindas de áreas não tratadas (Venezuela); que só é viável pensar em eliminar a morbidade e a transmissão se a Venezuela tratar a sua área focal; e quais os graus de lesões oculares nas populações.
Mais de 4 mil e 400 índios das etnias Yanomami & Ye’Kuana, indígenas que habitam o norte do Amazonas e leste de Roraima até a fronteira venezuelana, sofrem de oncocercose, uma doença parasitária, transmitida por insetos da família Simuliidae (chamados "borrachudos", no Sul do país, e “pium”, no Norte) conhecida como “cegueira dos rios”, já que os parasitos podem invadir o globo ocular causando reações que podem levar à cegueira. É uma doença cumulativa, ou seja, a tendência é que pessoas com idades superiores a 35 anos já apresentem sérias lesões e dificuldades visuais. Mas já foram constatadas lesões em crianças com menos de 5 anos de idade. O número atual de índios infectados equivale a 40% dos cerca de 11 mil Yanomami e Ye’Kuana que vivem no Brasil. Em algumas regiões da área indígena Yanomami & Ye’Kuana, como aquelas próximas à fronteira da Venezuela, a doença atinge cerca de 100 por cento da população nativa. Para fazer frente a esse quadro, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), agrupados no projeto institucional de pesquisa Endemias Focais do Hemisfério Norte na Amazônia, estão trabalhando para identificar as áreas de maior prevalência da doença bem como a origem (criadouros) dos insetos transmissores da oncocercose.
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O grupo de cientistas que pesquisa a oncocercose têm levantado, desde 1993, estudos epidemiológicos e os pontos de origem dos insetos vetores, caracterizando a realidade da doença. Os índices de transmissão e as transformações da doença nas comunidades Yanomami tratadas com Ivermectina, remédio que mata os parasitas na forma linfática, também são alvo dos estudos. Para isso foram escolhidas duas áreas nos estados do Amazonas (Toototobi – alto rio Demini) e em Roraima (Xitei/Xidea – alto rio Parima), onde foram implantados os Projetos Piloto da pesquisa. Nessas regiões estudam-se detalhadamente formas de transmissão da doença, registram-se os deslocamentos das comunidades indígenas, sua alimentação e as rotas de migração, sempre buscando associar esses dados com os registros de oncocercose.
institution Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
Fundação Nacional de Saúde –Amazonas
Programa de Eliminação da Oncocercose para as Américas
publishDate 2002
publishDateFull 2002-12-11
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spelling 254412024-10-01T19:00:43Z1[CeS] Textos de divulgação Pesquisas ajudam a combater doenças dos índios Yanomami e Ye’Kuana Victor Py-Daniel Amazonas Doenças Indígena Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações Fundação Nacional de Saúde –Amazonas Programa de Eliminação da Oncocercose para as Américas 2002-12-11 CAPA.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/bf7289fb4821547c9f50b89c3976bb8cdf26a3c3.jpg A oncocercose é uma doença que teve origem na África e foi trazida à América Central por populações negras escravizadas. Dali a enfermidade espalhou-se pelo México, Guatemala, Equador e Colômbia, Venezuela e Brasil, sempre associada à comunidade negra. No Brasil não existem registros de associações com a raça negra. No Brasil a oncocercose foi registrada na década de 70 em missionários vindos da área Yanomami & Ye’Kuana. A oncocercose é de difícil eliminação, devido aos custos operacionais e às dificuldades logísticas do tratamento em áreas afastadas, e vem sendo combatida com a aplicação bianual de remédios contra os parasitas. Até agora os pesquisadores já descobriram que a transmissão tem caracter anual e não sazonal (como ocorre tanto na África como nas Américas); que o principal vetor é o inseto Thyrsopelma guianense; que o período de maior transmissão está associado com as migrações populacionais vindas de áreas não tratadas (Venezuela); que só é viável pensar em eliminar a morbidade e a transmissão se a Venezuela tratar a sua área focal; e quais os graus de lesões oculares nas populações. Mais de 4 mil e 400 índios das etnias Yanomami & Ye’Kuana, indígenas que habitam o norte do Amazonas e leste de Roraima até a fronteira venezuelana, sofrem de oncocercose, uma doença parasitária, transmitida por insetos da família Simuliidae (chamados "borrachudos", no Sul do país, e “pium”, no Norte) conhecida como “cegueira dos rios”, já que os parasitos podem invadir o globo ocular causando reações que podem levar à cegueira. É uma doença cumulativa, ou seja, a tendência é que pessoas com idades superiores a 35 anos já apresentem sérias lesões e dificuldades visuais. Mas já foram constatadas lesões em crianças com menos de 5 anos de idade. O número atual de índios infectados equivale a 40% dos cerca de 11 mil Yanomami e Ye’Kuana que vivem no Brasil. Em algumas regiões da área indígena Yanomami & Ye’Kuana, como aquelas próximas à fronteira da Venezuela, a doença atinge cerca de 100 por cento da população nativa. Para fazer frente a esse quadro, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), agrupados no projeto institucional de pesquisa Endemias Focais do Hemisfério Norte na Amazônia, estão trabalhando para identificar as áreas de maior prevalência da doença bem como a origem (criadouros) dos insetos transmissores da oncocercose. 00075_1.jpg 00075_2.jpg 00075_3.jpg 00075_4.jpg 00075_5.jpg O grupo de cientistas que pesquisa a oncocercose têm levantado, desde 1993, estudos epidemiológicos e os pontos de origem dos insetos vetores, caracterizando a realidade da doença. Os índices de transmissão e as transformações da doença nas comunidades Yanomami tratadas com Ivermectina, remédio que mata os parasitas na forma linfática, também são alvo dos estudos. Para isso foram escolhidas duas áreas nos estados do Amazonas (Toototobi – alto rio Demini) e em Roraima (Xitei/Xidea – alto rio Parima), onde foram implantados os Projetos Piloto da pesquisa. Nessas regiões estudam-se detalhadamente formas de transmissão da doença, registram-se os deslocamentos das comunidades indígenas, sua alimentação e as rotas de migração, sempre buscando associar esses dados com os registros de oncocercose. Oncocercose, uma endemia possível de ser eliminada Os pesquisadores buscam, com este estudo, identificar as áreas de maior prevalência da doença bem como a origem (criadouros) dos insetos transmissores da oncocercose. 2002-12-11 Ciências da Saúde O grupo de cientistas que pesquisa a oncocercose têm levantado, desde 1993, estudos epidemiológicos e os pontos de origem dos insetos vetores, caracterizando a realidade da doença. Os índices de transmissão e as transformações da doença nas comunidades Yanomami tratadas com Ivermectina, remédio que mata os parasitas na forma linfática, também são alvo dos estudos. Para isso foram escolhidas duas áreas nos estados do Amazonas (Toototobi – alto rio Demini) e em Roraima (Xitei/Xidea – alto rio Parima), onde foram implantados os Projetos Piloto da pesquisa. Nessas regiões estudam-se detalhadamente formas de transmissão da doença, registram-se os deslocamentos das comunidades indígenas, sua alimentação e as rotas de migração, sempre buscando associar esses dados com os registros de oncocercose. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/25441 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/bf7289fb4821547c9f50b89c3976bb8cdf26a3c3.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/34e078e68d9469fb8c241aeac9e3fc75c5ca5fe8.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/92b82836d8cf300b7c4ba4ee5f776224f84c44f9.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/d84f51a241b09d00f7c1432b36baa31e17bc6be4.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/1bdb72b70ebbcf102cb375c528d57ce3ea3e7e5f.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c35048f459f531485f2d967f51b3bf04cc1d66cc.jpg