Fibropapilomatose: ameaça às tartarugas-verdes

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abstract	O estudo elucida o papel da estrutura social da população, do herpesvírus e de contaminantes ambientais no desenvolvimento da fibropapilomatose em diferentes populações de tartarugas-verde.
coverage	Com esse estudo, os pesquisadores esperam entender melhor a fibropapilomatose, possibilitando a adoção de condutas para um futuro controle da doença em águas brasileiras e a elaboração de estratégias de manejo para a conservação das tartarugas-verdes. A pesquisa envolve o desenvolvimento de metodologias a serem aplicadas com o objetivo de elucidar a causa da fibropapilomatose em tartarugas marinhas, especialmente na espécie Chelonia mydas. Além disso, o estudo utiliza técnicas amplamente empregadas em pesquisas biológicas, como na área de biologia molecular. A caracterização dos genes de Chelonia mydas a partir do DNA mitocondrial e a ampliação do conhecimento sobre o herpesvírus, agente infeccioso relacionado ao desenvolvimento da fibropapilomatose, permitem que se busquem associações entre estes dois aspectos, o que pode auxiliar na elucidação das relações entre o vírus e a sua virulência e da ação desses vírus sobre o código genético das tartarugas. Outros aspectos tecnológicos importantes são o desenvolvimento e adequação de técnicas de análise da atividade das células e de técnicas de quantificação de bifenilas policloradas e metais potencialmente tóxicos no sangue e tecidos de tartarugas-verdes. Entre os desafios científicos, é importante ressaltar a identificação das populações de tartaruga-verdes no Brasil na quais estão presentes contaminantes químicos, o código genético do vírus e a predisposição dessas populações ao desenvolvimento e gravidade da fibropapilomatose. PLANOS DE AÇÃO NACIONAIS Os planos de ação nacionais são instrumentos de gestão pública, elaborados com a participação da sociedade e utilizados na definição de ações para a conservação de seres vivos e ambientes naturais, a partir de um objetivo geral a ser alcançado em certo período de tempo. O QUE É CONSERVAÇÃO DA NATUREZA? É o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. A tartaruga-verde Chelonia mydas é a maior espécie de tartaruga marinha com carapaça dura encontrada atualmente. É uma espécie considerada em perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e vulnerável pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Alimenta-se em diversas regiões do litoral brasileiro – como Ubatuba (SP), Almofala (CE), Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Fernando de Noronha (PE) – e nidifica em locais como o Atol das Rocas (RN), Ilha da Trindade (ES) e Fernando de Noronha (PE). Essa espécie tem apresentado fibropapilomatose, doença caracterizada por tumores benignos na pele (fibropapilomas), uma importante ameaça à sobrevivência das tartarugas-verdes. O impacto negativo das doenças na conservação de espécies ameaçadas de extinção tem sido apontado com um dos principais riscos à manutenção dessas populações. Pesquisas sugerem o envolvimento de agentes infecciosos (vírus) em associação com fatores populacionais, genéticos e ambientais no desenvolvimento da doença. Assim, visando compreender melhor a etiologia dessa doença, os pesquisadores estudam populações de tartarugas-verdes de diversas áreas de alimentação usadas por elas na costa brasileira. O objetivo da pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo é elucidar o papel da estrutura social da população, do herpesvírus e de contaminantes ambientais no desenvolvimento da fibropapilomatose em diferentes populações de tartarugas-verde. Para isso, será necessária a aplicação e o desenvolvimento de diversas metodologias científicas utilizadas nas áreas biológicas, métodos moleculares e clássicos de diagnóstico em virologia e histopatologia. Colheita de amostra sanguínea Análise amostra sanguínea Análise amostra sanguínea Chelonia mydas sem tumores após sua captura incidental em curral de Almofala/CE Fibropapilomas multiplos Para entender melhor a fibropapilomatose, os pesquisadores precisam determinar quais populações de tartarugas-verdes estão ou não com a doença, além das concentrações de bifenilas policloradas, chumbo, cádmio, zinco e cobre) presentes em amostras de tecido e de sangue, bem como concentrações desses metais tóxicos em algas, principal recurso alimentar das tartarugas-verdes. As algas serão coletadas nas áreas de alimentação e diretamente no estômago das tartarugas que morrerem. As tartarugas-verdes estudadas tem sido provenientes de resgate de encalhes em praias ou de capturas incidentais em diversas localidades litorâneas onde há ocorrência de animais com e sem fibropapilomas. Para a obtenção das amostras de sangue, de secreções (lágrima e saliva) e de dados de biometria (massa corporal, comprimento e largura da carapaça) é necessária apenas a contenção física das tartarugas. Dados sobre a ausência ou presença dos fibropapilomas visíveis, quantidade e localização dos mesmos também têm sido obtidos segundo critérios adotados pelo Projeto Tamar/ICMBio. Animais encalhados mortos ou que morrem durante a reabilitação são submetidos à necrópsia para coleta de tecidos para exames. O volume de sangue obtido depende do tamanho e da condição de saúde da tartaruga. As amostras são acondicionadas em tubos contendo anticoagulantes ou não, dependendo da análise a ser realizada: hematologia (hemograma e bioquímica sérica), citometria de fluxo, cromatografia gasosa e análises moleculares. Para a detecção de bifenilas policloradas, amostras sanguíneas são obtidas, armazenadas e congeladas a -18°C até a realização das análises. Para a detecção de metais pesados, são coletados fragmentos de fígado, baço, rins, musculatura esquelética e escudos da carapaça utilizando facas de aço inoxidável ou porcelana e sacos plásticos para armazenamento até a realização dos testes. As algas provenientes do mar são obtidas através de coletas em diferentes estações do ano. As amostras são armazenadas em sacos plásticos e identificadas posteriormente por especialistas. Apenas algas que façam parte da dieta das tartarugas verdes são analisadas. Fragmentos de tumores na pele, secreções salivares e lacrimais são coletados para as técnicas moleculares de pesquisa e identificação do herpesvírus. Chelonia mydas com Fibropapilomatose múltiplos em varias regiões Fibropapilomas multiplos médios de cor cinza a rosa e aparência papilar verrucosa na região inguinal e pericloacal em Chelonia mydas Tartarugas-verdes (Chelonia mydas)
institution	Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
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A caracterização dos genes de Chelonia mydas a partir do DNA mitocondrial e a ampliação do conhecimento sobre o herpesvírus, agente infeccioso relacionado ao desenvolvimento da fibropapilomatose, permitem que se busquem associações entre estes dois aspectos, o que pode auxiliar na elucidação das relações entre o vírus e a sua virulência e da ação desses vírus sobre o código genético das tartarugas. Outros aspectos tecnológicos importantes são o desenvolvimento e adequação de técnicas de análise da atividade das células e de técnicas de quantificação de bifenilas policloradas e metais potencialmente tóxicos no sangue e tecidos de tartarugas-verdes. Entre os desafios científicos, é importante ressaltar a identificação das populações de tartaruga-verdes no Brasil na quais estão presentes contaminantes químicos, o código genético do vírus e a predisposição dessas populações ao desenvolvimento e gravidade da fibropapilomatose. PLANOS DE AÇÃO NACIONAIS Os planos de ação nacionais são instrumentos de gestão pública, elaborados com a participação da sociedade e utilizados na definição de ações para a conservação de seres vivos e ambientes naturais, a partir de um objetivo geral a ser alcançado em certo período de tempo. O QUE É CONSERVAÇÃO DA NATUREZA? É o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. A tartaruga-verde Chelonia mydas é a maior espécie de tartaruga marinha com carapaça dura encontrada atualmente. É uma espécie considerada em perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e vulnerável pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Alimenta-se em diversas regiões do litoral brasileiro – como Ubatuba (SP), Almofala (CE), Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Fernando de Noronha (PE) – e nidifica em locais como o Atol das Rocas (RN), Ilha da Trindade (ES) e Fernando de Noronha (PE). Essa espécie tem apresentado fibropapilomatose, doença caracterizada por tumores benignos na pele (fibropapilomas), uma importante ameaça à sobrevivência das tartarugas-verdes. O impacto negativo das doenças na conservação de espécies ameaçadas de extinção tem sido apontado com um dos principais riscos à manutenção dessas populações. Pesquisas sugerem o envolvimento de agentes infecciosos (vírus) em associação com fatores populacionais, genéticos e ambientais no desenvolvimento da doença. Assim, visando compreender melhor a etiologia dessa doença, os pesquisadores estudam populações de tartarugas-verdes de diversas áreas de alimentação usadas por elas na costa brasileira. O objetivo da pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo é elucidar o papel da estrutura social da população, do herpesvírus e de contaminantes ambientais no desenvolvimento da fibropapilomatose em diferentes populações de tartarugas-verde. Para isso, será necessária a aplicação e o desenvolvimento de diversas metodologias científicas utilizadas nas áreas biológicas, métodos moleculares e clássicos de diagnóstico em virologia e histopatologia. Colheita de amostra sanguínea Análise amostra sanguínea Análise amostra sanguínea Chelonia mydas sem tumores após sua captura incidental em curral de Almofala/CE Fibropapilomas multiplos Para entender melhor a fibropapilomatose, os pesquisadores precisam determinar quais populações de tartarugas-verdes estão ou não com a doença, além das concentrações de bifenilas policloradas, chumbo, cádmio, zinco e cobre) presentes em amostras de tecido e de sangue, bem como concentrações desses metais tóxicos em algas, principal recurso alimentar das tartarugas-verdes. As algas serão coletadas nas áreas de alimentação e diretamente no estômago das tartarugas que morrerem. As tartarugas-verdes estudadas tem sido provenientes de resgate de encalhes em praias ou de capturas incidentais em diversas localidades litorâneas onde há ocorrência de animais com e sem fibropapilomas. Para a obtenção das amostras de sangue, de secreções (lágrima e saliva) e de dados de biometria (massa corporal, comprimento e largura da carapaça) é necessária apenas a contenção física das tartarugas. Dados sobre a ausência ou presença dos fibropapilomas visíveis, quantidade e localização dos mesmos também têm sido obtidos segundo critérios adotados pelo Projeto Tamar/ICMBio. Animais encalhados mortos ou que morrem durante a reabilitação são submetidos à necrópsia para coleta de tecidos para exames. O volume de sangue obtido depende do tamanho e da condição de saúde da tartaruga. As amostras são acondicionadas em tubos contendo anticoagulantes ou não, dependendo da análise a ser realizada: hematologia (hemograma e bioquímica sérica), citometria de fluxo, cromatografia gasosa e análises moleculares. Para a detecção de bifenilas policloradas, amostras sanguíneas são obtidas, armazenadas e congeladas a -18°C até a realização das análises. Para a detecção de metais pesados, são coletados fragmentos de fígado, baço, rins, musculatura esquelética e escudos da carapaça utilizando facas de aço inoxidável ou porcelana e sacos plásticos para armazenamento até a realização dos testes. As algas provenientes do mar são obtidas através de coletas em diferentes estações do ano. As amostras são armazenadas em sacos plásticos e identificadas posteriormente por especialistas. Apenas algas que façam parte da dieta das tartarugas verdes são analisadas. Fragmentos de tumores na pele, secreções salivares e lacrimais são coletados para as técnicas moleculares de pesquisa e identificação do herpesvírus. Chelonia mydas com Fibropapilomatose múltiplos em varias regiões Fibropapilomas multiplos médios de cor cinza a rosa e aparência papilar verrucosa na região inguinal e pericloacal em Chelonia mydas Tartarugas-verdes (Chelonia mydas) Ecologia e Etiologia da fibropapilomatose em populações de Chelonia mydas (Testudines, Cheloniidae): estrutura das populações e papel de bifenilos policlorados e metais potencialmente tóxicos no desenvolvimento da doença. O estudo elucida o papel da estrutura social da população, do herpesvírus e de contaminantes ambientais no desenvolvimento da fibropapilomatose em diferentes populações de tartarugas-verde. 2014-05-23 https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/82163/ecologia-e-etiologia-da-fibropapilomatose-em-populacoes-de-chelonia-mydas-testudines-cheloniidae-est/ Ciências Exatas e da Terra CANAL CIÊNCIA. Fibropapilomatose: ameaça às tartarugas-verdes. Disponível em: https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese1/ciencias-exatas-e-da-terra/188-fibropapilomatose-ameaca-as-tartarugas-verdes. Acesso em: <data de acesso ao link do texto de divulgação>. Para entender melhor a fibropapilomatose, os pesquisadores precisam determinar quais populações de tartarugas-verdes estão ou não com a doença, além das concentrações de bifenilas policloradas, chumbo, cádmio, zinco e cobre) presentes em amostras de tecido e de sangue, bem como concentrações desses metais tóxicos em algas, principal recurso alimentar das tartarugas-verdes. As algas serão coletadas nas áreas de alimentação e diretamente no estômago das tartarugas que morrerem. As tartarugas-verdes estudadas tem sido provenientes de resgate de encalhes em praias ou de capturas incidentais em diversas localidades litorâneas onde há ocorrência de animais com e sem fibropapilomas. Para a obtenção das amostras de sangue, de secreções (lágrima e saliva) e de dados de biometria (massa corporal, comprimento e largura da carapaça) é necessária apenas a contenção física das tartarugas. Dados sobre a ausência ou presença dos fibropapilomas visíveis, quantidade e localização dos mesmos também têm sido obtidos segundo critérios adotados pelo Projeto Tamar/ICMBio. Animais encalhados mortos ou que morrem durante a reabilitação são submetidos à necrópsia para coleta de tecidos para exames. O volume de sangue obtido depende do tamanho e da condição de saúde da tartaruga. As amostras são acondicionadas em tubos contendo anticoagulantes ou não, dependendo da análise a ser realizada: hematologia (hemograma e bioquímica sérica), citometria de fluxo, cromatografia gasosa e análises moleculares. Para a detecção de bifenilas policloradas, amostras sanguíneas são obtidas, armazenadas e congeladas a -18°C até a realização das análises. Para a detecção de metais pesados, são coletados fragmentos de fígado, baço, rins, musculatura esquelética e escudos da carapaça utilizando facas de aço inoxidável ou porcelana e sacos plásticos para armazenamento até a realização dos testes. As algas provenientes do mar são obtidas através de coletas em diferentes estações do ano. As amostras são armazenadas em sacos plásticos e identificadas posteriormente por especialistas. Apenas algas que façam parte da dieta das tartarugas verdes são analisadas. Fragmentos de tumores na pele, secreções salivares e lacrimais são coletados para as técnicas moleculares de pesquisa e identificação do herpesvírus. Chelonia mydas com Fibropapilomatose múltiplos em varias regiões Fibropapilomas multiplos médios de cor cinza a rosa e aparência papilar verrucosa na região inguinal e pericloacal em Chelonia mydas Tartarugas-verdes (Chelonia mydas) https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/24775 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/fff492f0fa255977dd97f897bb2150295c19c9c6.png https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c4512ea91e9c8e7dea5311ac79bb0796e8cfeed4.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/83b9c554fa51fe72b09f2cdcfa4b5d5d8c9dd8f1.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/8cc495c6422356a2e6c685462234cf0ea0ba9d0d.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/9108c12dfcea9c3dd0e7a1d904aa5479d7537c83.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/63110fc696e78ffdd3ac57db1c6a0ffbc5e5147a.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/7185dcc86226babc6f35f418bfc12e80cb9c0d43.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/9832d869fcf3dea06fefe981990df6a0e62f4935.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/d7caaf49cbb1befe5ce3b1a49e871d57275fba2b.jpg

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