id |
23646 |
---|---|
omeka_modified |
2024-10-01T19:00:31Z |
record_format |
oai |
collection |
[CeS] Textos de divulgação |
collection_id |
1 |
topic |
Dengue Vacina Vírus Febre Infecção Células |
spellingShingle |
Dengue Vacina Vírus Febre Infecção Células Ada Alves Desenvolvimento de vacinas contra o vírus da dengue |
topic_facet |
Dengue Vacina Vírus Febre Infecção Células |
format |
Online |
author |
Ada Alves |
author_facet |
Ada Alves |
author_sort |
Ada Alves |
title |
Desenvolvimento de vacinas contra o vírus da dengue |
title_short |
Desenvolvimento de vacinas contra o vírus da dengue |
title_full |
Desenvolvimento de vacinas contra o vírus da dengue |
title_fullStr |
Desenvolvimento de vacinas contra o vírus da dengue |
title_full_unstemmed |
Desenvolvimento de vacinas contra o vírus da dengue |
title_sort |
desenvolvimento de vacinas contra o vírus da dengue |
abstract |
Nesta pesquisa, foi desenvolvida uma vacina de DNA contra dengue utilizando como antígenos algumas proteínas do vírus da dengue sorotipo 2, que corresponde a um dos sorotipos do vírus circulantes no Brasil. |
coverage |
A dengue é um dos mais importantes problemas de saúde do Brasil. A possível obtenção de uma vacina reveste-se de grande importância social, econômica e ambiental.
Além disso, o estudo proposto coloca a imunologia brasileira num dos mais avançados campos do mundo em pesquisas com vacinas, gerando conhecimento, dominando tecnologias e formando especialistas.
Devido ao seu grande sucesso, as vacinas de DNA têm sido consideradas como a terceira geração de vacinas e acredita-se que elas constituirão a maioria das vacinas do novo século. A infecção pelo Vírus da Dengue representa um problema de saúde mundial, principalmente em regiões tropicais e subtropicais, incluindo o Brasil, onde é responsável por uma alta taxa de morbidade e mortalidade. Estima-se que ocorram anualmente em todo o mundo cerca de 100 milhões de novos casos de dengue e 500 mil casos de dengue hemorrágica, com síndrome do choque, potencialmente letal. Embora tenham sido realizados diversos estudos para a obtenção de uma vacina contra a dengue, até o momento não existe nenhum produto comprovadamente eficaz e comercialmente disponível contra tal doença, o que levou a Organização Mundial de Saúde a estabelecer como uma de suas prioridades o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da dengue. A vacina de DNA (sigla de ácido desoxyribonucléico, a molécula que contém a informação genética, os genes, para que sejam feitas as proteínas) é uma tecnologia recente que consiste na inoculação de um ou mais plasmídeos de expressão em células, contendo um ou mais genes de interesse. Os plasmídeos são DNAs de origem bacteriana que não fazem parte de seus cromossomos. Estes DNAs são muito utilizados em biologia molecular, pois são pequenos e de fácil manipulação. No caso das vacinas de DNA, estes plasmídeos são modificados, inserindo-se pedaços de outros DNAs que permitem que um determinado gene seja expresso (ou seja, se manifeste) em células de mamíferos. Nas vacinas contra dengue que estão sendo desenvolvidas nesta pesquisa, alguns genes do vírus da dengue são clonados (inseridos) nestes plasmídeos. Quando estes plasmídeos são inoculados em animais o gene é expresso, produzindo uma das proteínas do vírus da dengue. Esta proteína irá induzir então uma resposta imune no animal, com a produção de anticorpos e de células citotóxicas (que são capazes de reconhecer e destruir outras células infectadas com os patógenos, os agentes causadores das doenças). Experiências recentes em animais usando vacinas de DNA contra alguns vírus pertencentes à mesma família do vírus da dengue (Flaviviridae) apontam a possibilidade deste método ser capaz de gerar uma resposta imune protetora contra estes vírus. Ante estes indícios, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, buscam desenvolver uma vacina de DNA contra dengue utilizando como antígenos algumas proteínas do vírus da dengue sorotipo 2, que corresponde a um dos sorotipos do vírus circulantes no Brasil. Modelo esquemático do vírus da dengue Vacinas de DNA Análise da expressão in vitro de proteínas recombinantes Em 1993, uma pesquisa demonstrou que a inoculação em camundongos de um plasmídeo de expressão em suas células, contendo o gene da nucleoproteína (NP) do vírus influenza (o vírus da gripe) resultava em uma resposta imune específica contra a proteína viral. Além disto, os camundongos imunizados se mostraram resistentes mesmo quando expostos a doses letais do vírus. Em outras palavras: a vacina imunizou contra a gripe. Essa metodologia parece simular uma infecção viral natural e vem se mostrando eficiente para imunizar por longos períodos contra diferentes patógenos (agentes causadores de doenças), sendo, em muitos casos, capaz de gerar proteção contra doses letais do organismo patogênico. Além disso, esta estratégia apresenta muitas vantagens em relação a outras vacinas, sem o risco de gerar uma infecção pela própria vacina. As vacinas de DNA são capazes de gerar de uma resposta imune de amplo espectro no indivíduo vacinado. Esta resposta é tanto do tipo humoral, com a produção de anticorpos, quanto celular, com a ativação de células citotóxicas. Por isso, esta estratégia vacinal se mostra bastante vantajosa contra certas doenças causadas por agentes infecciosos de replicação intracelular (como no caso dos vírus que se replicam no interior das células que invadem). Nesses casos as células citotóxicas reconhecem e destroem as células do hospedeiro infectadas com o vírus, participando do processo de eliminação da infecção. Desde 1993 foram realizados diversos estudos em cobaias imunizadas com genes originários de diferentes patógenos, incluindo alguns flavivírus (virus da família da dengue). Atualmente já estão sendo feitos estudos com voluntários humanos utilizando vacinas de DNA contra vírus da hepatite, herpes e HIV, assim como contra parasitas como malária e até mesmo no tratamento de alguns tipos de tumores. A presente pesquisa seguirá o caminho destes experimentos, utilizando modelos animais e procurando gerar respostas imunes de amplo espectro contra o vírus da Dengue. |
institution |
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro |
publishDate |
2004 |
publishDateFull |
2004-01-31 |
url |
https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=23646 |
identifier |
https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/23646 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b546d607d38346e3e5850db32f11b622704bb979.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/4294a18c906b67d0b84ee466ee5cca701f68ad46.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/435cb38f1920aaaf4320236e307fb0491c6c1f5a.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/8e6ff5d43c7fa9816aca70a3484c53f6511d39c2.png |
thumbnail |
https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/b546d607d38346e3e5850db32f11b622704bb979.jpg |
area |
Ciências Biológicas |
work_keys_str_mv |
AT adaalves desenvolvimentodevacinascontraovirusdadengue |
first_indexed |
2023-09-19T12:17:22Z |
last_indexed |
2024-10-01T20:00:09Z |
_version_ |
1818782399764365312 |
spelling |
236462024-10-01T19:00:31Z1[CeS] Textos de divulgação Desenvolvimento de vacinas contra o vírus da dengue Ada Alves Dengue Vacina Vírus Febre Infecção Células Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro 2004-01-31 308.png vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/b546d607d38346e3e5850db32f11b622704bb979.jpg A dengue é um dos mais importantes problemas de saúde do Brasil. A possível obtenção de uma vacina reveste-se de grande importância social, econômica e ambiental. Além disso, o estudo proposto coloca a imunologia brasileira num dos mais avançados campos do mundo em pesquisas com vacinas, gerando conhecimento, dominando tecnologias e formando especialistas. Devido ao seu grande sucesso, as vacinas de DNA têm sido consideradas como a terceira geração de vacinas e acredita-se que elas constituirão a maioria das vacinas do novo século. A infecção pelo Vírus da Dengue representa um problema de saúde mundial, principalmente em regiões tropicais e subtropicais, incluindo o Brasil, onde é responsável por uma alta taxa de morbidade e mortalidade. Estima-se que ocorram anualmente em todo o mundo cerca de 100 milhões de novos casos de dengue e 500 mil casos de dengue hemorrágica, com síndrome do choque, potencialmente letal. Embora tenham sido realizados diversos estudos para a obtenção de uma vacina contra a dengue, até o momento não existe nenhum produto comprovadamente eficaz e comercialmente disponível contra tal doença, o que levou a Organização Mundial de Saúde a estabelecer como uma de suas prioridades o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da dengue. A vacina de DNA (sigla de ácido desoxyribonucléico, a molécula que contém a informação genética, os genes, para que sejam feitas as proteínas) é uma tecnologia recente que consiste na inoculação de um ou mais plasmídeos de expressão em células, contendo um ou mais genes de interesse. Os plasmídeos são DNAs de origem bacteriana que não fazem parte de seus cromossomos. Estes DNAs são muito utilizados em biologia molecular, pois são pequenos e de fácil manipulação. No caso das vacinas de DNA, estes plasmídeos são modificados, inserindo-se pedaços de outros DNAs que permitem que um determinado gene seja expresso (ou seja, se manifeste) em células de mamíferos. Nas vacinas contra dengue que estão sendo desenvolvidas nesta pesquisa, alguns genes do vírus da dengue são clonados (inseridos) nestes plasmídeos. Quando estes plasmídeos são inoculados em animais o gene é expresso, produzindo uma das proteínas do vírus da dengue. Esta proteína irá induzir então uma resposta imune no animal, com a produção de anticorpos e de células citotóxicas (que são capazes de reconhecer e destruir outras células infectadas com os patógenos, os agentes causadores das doenças). Experiências recentes em animais usando vacinas de DNA contra alguns vírus pertencentes à mesma família do vírus da dengue (Flaviviridae) apontam a possibilidade deste método ser capaz de gerar uma resposta imune protetora contra estes vírus. Ante estes indícios, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, buscam desenvolver uma vacina de DNA contra dengue utilizando como antígenos algumas proteínas do vírus da dengue sorotipo 2, que corresponde a um dos sorotipos do vírus circulantes no Brasil. Modelo esquemático do vírus da dengue Vacinas de DNA Análise da expressão in vitro de proteínas recombinantes Em 1993, uma pesquisa demonstrou que a inoculação em camundongos de um plasmídeo de expressão em suas células, contendo o gene da nucleoproteína (NP) do vírus influenza (o vírus da gripe) resultava em uma resposta imune específica contra a proteína viral. Além disto, os camundongos imunizados se mostraram resistentes mesmo quando expostos a doses letais do vírus. Em outras palavras: a vacina imunizou contra a gripe. Essa metodologia parece simular uma infecção viral natural e vem se mostrando eficiente para imunizar por longos períodos contra diferentes patógenos (agentes causadores de doenças), sendo, em muitos casos, capaz de gerar proteção contra doses letais do organismo patogênico. Além disso, esta estratégia apresenta muitas vantagens em relação a outras vacinas, sem o risco de gerar uma infecção pela própria vacina. As vacinas de DNA são capazes de gerar de uma resposta imune de amplo espectro no indivíduo vacinado. Esta resposta é tanto do tipo humoral, com a produção de anticorpos, quanto celular, com a ativação de células citotóxicas. Por isso, esta estratégia vacinal se mostra bastante vantajosa contra certas doenças causadas por agentes infecciosos de replicação intracelular (como no caso dos vírus que se replicam no interior das células que invadem). Nesses casos as células citotóxicas reconhecem e destroem as células do hospedeiro infectadas com o vírus, participando do processo de eliminação da infecção. Desde 1993 foram realizados diversos estudos em cobaias imunizadas com genes originários de diferentes patógenos, incluindo alguns flavivírus (virus da família da dengue). Atualmente já estão sendo feitos estudos com voluntários humanos utilizando vacinas de DNA contra vírus da hepatite, herpes e HIV, assim como contra parasitas como malária e até mesmo no tratamento de alguns tipos de tumores. A presente pesquisa seguirá o caminho destes experimentos, utilizando modelos animais e procurando gerar respostas imunes de amplo espectro contra o vírus da Dengue. Desenvolvimento de vacinas de DNA contra o vírus da dengue Nesta pesquisa, foi desenvolvida uma vacina de DNA contra dengue utilizando como antígenos algumas proteínas do vírus da dengue sorotipo 2, que corresponde a um dos sorotipos do vírus circulantes no Brasil. 2004-01-31 http://www.fiocruz.br/ioclabs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=557 Ciências Biológicas Em 1993, uma pesquisa demonstrou que a inoculação em camundongos de um plasmídeo de expressão em suas células, contendo o gene da nucleoproteína (NP) do vírus influenza (o vírus da gripe) resultava em uma resposta imune específica contra a proteína viral. Além disto, os camundongos imunizados se mostraram resistentes mesmo quando expostos a doses letais do vírus. Em outras palavras: a vacina imunizou contra a gripe. Essa metodologia parece simular uma infecção viral natural e vem se mostrando eficiente para imunizar por longos períodos contra diferentes patógenos (agentes causadores de doenças), sendo, em muitos casos, capaz de gerar proteção contra doses letais do organismo patogênico. Além disso, esta estratégia apresenta muitas vantagens em relação a outras vacinas, sem o risco de gerar uma infecção pela própria vacina. As vacinas de DNA são capazes de gerar de uma resposta imune de amplo espectro no indivíduo vacinado. Esta resposta é tanto do tipo humoral, com a produção de anticorpos, quanto celular, com a ativação de células citotóxicas. Por isso, esta estratégia vacinal se mostra bastante vantajosa contra certas doenças causadas por agentes infecciosos de replicação intracelular (como no caso dos vírus que se replicam no interior das células que invadem). Nesses casos as células citotóxicas reconhecem e destroem as células do hospedeiro infectadas com o vírus, participando do processo de eliminação da infecção. Desde 1993 foram realizados diversos estudos em cobaias imunizadas com genes originários de diferentes patógenos, incluindo alguns flavivírus (virus da família da dengue). Atualmente já estão sendo feitos estudos com voluntários humanos utilizando vacinas de DNA contra vírus da hepatite, herpes e HIV, assim como contra parasitas como malária e até mesmo no tratamento de alguns tipos de tumores. A presente pesquisa seguirá o caminho destes experimentos, utilizando modelos animais e procurando gerar respostas imunes de amplo espectro contra o vírus da Dengue. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/23646 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b546d607d38346e3e5850db32f11b622704bb979.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/4294a18c906b67d0b84ee466ee5cca701f68ad46.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/435cb38f1920aaaf4320236e307fb0491c6c1f5a.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/8e6ff5d43c7fa9816aca70a3484c53f6511d39c2.png |