Cientistas comprovam relação bioquímica entre emissões de gases da floresta e regime de chuvas do clima amazônico
Principais autores: | , , , , , , , , , |
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2004
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Amazônia Aerossóis Luz solar Sistema climático Paulo Artaxo Magda Clayes Bim Graham Gyorgy Vas Wu Wang Reinhilde Vermeylen Vlada Pashynskam Jan Cafmeyer Pascal Guyon Meinrat O. Andreae Willy Maenhaut Cientistas comprovam relação bioquímica entre emissões de gases da floresta e regime de chuvas do clima amazônico |
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O estudo enfatiza o mecanismo de formação de aerossóis na floresta tropical. |
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A descoberta do aerossol “2-methylthreitol” é um expressivo avanço na compreensão do clima amazônico, e da influência da floresta na formação de nuvens e no regime de chuvas regional, continental e global.
A determinação experimental de uma “ponte” bioquímica entre as emissões da floresta amazônica e o clima, dá também uma nova perspectiva à importância da preservação desse ambiente, um dos mais ameaçados do planeta.
A pesquisa também se destaca como instrumento de compreensão mais geral do funcionamento do ecossistema amazônico pois, para tornar possível o desenvolvimento sustentável da Amazônia, é necessário conhecer seus mecanismos básicos.
Finalmente, através deste estudo, os cientistas brasileiros formam, em território nacional, especialistas altamente qualificados, aptos a estudar as condições climáticas e suas relações ecosistêmicas, subsidiando ações de sustentabilidade e preservação. Cresce entre os cientistas a convicção de que a Amazônia exerce um papel essencial na derterminação do clima regional, continental e até global. Segundo as hipóteses examinadas pelos especialistas, a vegetação amazônica seria a responsável pela liberação, para a atmosfera, de imensas quantidades de aerossóis, que são partículas sólidas ou líquidas em suspensão dentro de um gás, e um dos componentes essenciais da formação das nuvens. A importância dos aerossóis, por sua vez, deriva exatamente de sua possibilidade de agirem como núcleos de condensação das nuvens e de dispersão e absorção da luz solar. De fato, para que uma nuvem se forme são precisos pelo menos dois ingredientes: vapor de água e partícula de aerossóis, chamadas núcleos de condensação de nuvens. Os aerossóis tem destacado papel, portanto, no mecanismo de formação de chuvas. Por isso, o funcionamento do sistema climático da Amazônia, e a complexa relação entre a floresta e o clima amazônico sempre foram aspectos intensamente investigados pelos cientistas. Nesta pesquisa, cientistas de todo o mundo, congregados no projeto denominado Experimento LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia), e em seu Instituto do Milênio, focaram sua atenção sobre o mecanismo de formação de aerossóis na floresta tropical. Pela equipe brasileira participaram cientistas e pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. A atmosfera natural da Amazônia possui um vigoroso sistema hidrológico, isto é, caem muitas chuvas, e em grande quantidade, para manter o ambiente natural da floresta tropical úmida. Para existires tais índices de precipitação pluviométrica, porém, são necessários núcleos de condensação em número significativo. Era neste ponto que residia a maior dificuldade científica, pois quando os pesquisadores mediam a concentração destas partículas (os aerossóis) na atmosfera amazônica, sempre faltavam compostos químicos orgânicos que pudessem fechar o balanço do número de partículas para a produção de nuvens. Ou seja, os cientistas encontravam as partículas de condensação, mas não sabiam de onde elas vinham, pois não tinham descoberto os compostos quimio-orgânicos que as formavam. De fato, as partículas primárias emitidas pela vegetação não podima responder pela formação das nuvens sobre a Amazônia, por serem produzidas num número muito pequeno para a magnitude do fenômeno. Os cientistas também sabiam que outros compostos orgânicos emitidos pela vegetação, chamados terpenos, participam da produção de partículas. Entretanto, embora os compostos terpenóides dominem a produção de partículas orgânicas em áreas de florestas temperadas, não são tão importantes na Amazônia, que é uma região tropical. A solução veio através da investigação de outro composto orgânico volátil (isto é, um gás), chamado isopreno, emitido pela vegetação tropical em maiores quantidades. Até a difusão dos resultados desta pesquisa desconhecia-se a possibilidade do isopreno atuar como precursor (formador) de partículas. A descoberta de um novo composto químico na fase de aerossól, chamado “2-methylthreitol” (C5H7O4), aponta para a resolução deste problema científica. O composto descoberto é produzido pela oxidação fotoquímica de isopreno (isto é, o isopreno exposto à luz solar transforma-se no “2-methyltheritol”. Agora sabe-se que não apenas as emissões de isopreno podem produzir partículas de aerossóis e núcleos de condensação de nuvens, como também que podem ser o elo entre o funcionamento ecológico da floresta e o clima na Amazônia. A descoberta representa um passo importante na elucidação dos mecanismos de controle climático pela floresta. A descoberta do “2-methylthreitol”, auxilia no fechamento dos cálculos relativos à formação de nuvens e precipitação de chuvas na Amazônia e aponta para uma ligação entre as emissões biogênicas da floresta e o clima sobre ela, já que o composto recém descoberto responde por uma fração significativa dos núcleos de condensação de nuvens. |
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Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Agência Espacial estadunidense Legião Brasileira de Assistência |
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2004 |
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Ciências Biológicas |
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236192024-10-01T19:00:31Z1[CeS] Textos de divulgação Cientistas comprovam relação bioquímica entre emissões de gases da floresta e regime de chuvas do clima amazônico Paulo Artaxo Magda Clayes Bim Graham Gyorgy Vas Wu Wang Reinhilde Vermeylen Vlada Pashynskam Jan Cafmeyer Pascal Guyon Meinrat O. Andreae Willy Maenhaut Amazônia Aerossóis Luz solar Sistema climático Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Agência Espacial estadunidense Legião Brasileira de Assistência 2004-03-30 265.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/d4aba600ab83aa3106759dee8886ce8bf74d7e06.jpg A descoberta do aerossol “2-methylthreitol” é um expressivo avanço na compreensão do clima amazônico, e da influência da floresta na formação de nuvens e no regime de chuvas regional, continental e global. A determinação experimental de uma “ponte” bioquímica entre as emissões da floresta amazônica e o clima, dá também uma nova perspectiva à importância da preservação desse ambiente, um dos mais ameaçados do planeta. A pesquisa também se destaca como instrumento de compreensão mais geral do funcionamento do ecossistema amazônico pois, para tornar possível o desenvolvimento sustentável da Amazônia, é necessário conhecer seus mecanismos básicos. Finalmente, através deste estudo, os cientistas brasileiros formam, em território nacional, especialistas altamente qualificados, aptos a estudar as condições climáticas e suas relações ecosistêmicas, subsidiando ações de sustentabilidade e preservação. Cresce entre os cientistas a convicção de que a Amazônia exerce um papel essencial na derterminação do clima regional, continental e até global. Segundo as hipóteses examinadas pelos especialistas, a vegetação amazônica seria a responsável pela liberação, para a atmosfera, de imensas quantidades de aerossóis, que são partículas sólidas ou líquidas em suspensão dentro de um gás, e um dos componentes essenciais da formação das nuvens. A importância dos aerossóis, por sua vez, deriva exatamente de sua possibilidade de agirem como núcleos de condensação das nuvens e de dispersão e absorção da luz solar. De fato, para que uma nuvem se forme são precisos pelo menos dois ingredientes: vapor de água e partícula de aerossóis, chamadas núcleos de condensação de nuvens. Os aerossóis tem destacado papel, portanto, no mecanismo de formação de chuvas. Por isso, o funcionamento do sistema climático da Amazônia, e a complexa relação entre a floresta e o clima amazônico sempre foram aspectos intensamente investigados pelos cientistas. Nesta pesquisa, cientistas de todo o mundo, congregados no projeto denominado Experimento LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia), e em seu Instituto do Milênio, focaram sua atenção sobre o mecanismo de formação de aerossóis na floresta tropical. Pela equipe brasileira participaram cientistas e pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. A atmosfera natural da Amazônia possui um vigoroso sistema hidrológico, isto é, caem muitas chuvas, e em grande quantidade, para manter o ambiente natural da floresta tropical úmida. Para existires tais índices de precipitação pluviométrica, porém, são necessários núcleos de condensação em número significativo. Era neste ponto que residia a maior dificuldade científica, pois quando os pesquisadores mediam a concentração destas partículas (os aerossóis) na atmosfera amazônica, sempre faltavam compostos químicos orgânicos que pudessem fechar o balanço do número de partículas para a produção de nuvens. Ou seja, os cientistas encontravam as partículas de condensação, mas não sabiam de onde elas vinham, pois não tinham descoberto os compostos quimio-orgânicos que as formavam. De fato, as partículas primárias emitidas pela vegetação não podima responder pela formação das nuvens sobre a Amazônia, por serem produzidas num número muito pequeno para a magnitude do fenômeno. Os cientistas também sabiam que outros compostos orgânicos emitidos pela vegetação, chamados terpenos, participam da produção de partículas. Entretanto, embora os compostos terpenóides dominem a produção de partículas orgânicas em áreas de florestas temperadas, não são tão importantes na Amazônia, que é uma região tropical. A solução veio através da investigação de outro composto orgânico volátil (isto é, um gás), chamado isopreno, emitido pela vegetação tropical em maiores quantidades. Até a difusão dos resultados desta pesquisa desconhecia-se a possibilidade do isopreno atuar como precursor (formador) de partículas. A descoberta de um novo composto químico na fase de aerossól, chamado “2-methylthreitol” (C5H7O4), aponta para a resolução deste problema científica. O composto descoberto é produzido pela oxidação fotoquímica de isopreno (isto é, o isopreno exposto à luz solar transforma-se no “2-methyltheritol”. Agora sabe-se que não apenas as emissões de isopreno podem produzir partículas de aerossóis e núcleos de condensação de nuvens, como também que podem ser o elo entre o funcionamento ecológico da floresta e o clima na Amazônia. A descoberta representa um passo importante na elucidação dos mecanismos de controle climático pela floresta. A descoberta do “2-methylthreitol”, auxilia no fechamento dos cálculos relativos à formação de nuvens e precipitação de chuvas na Amazônia e aponta para uma ligação entre as emissões biogênicas da floresta e o clima sobre ela, já que o composto recém descoberto responde por uma fração significativa dos núcleos de condensação de nuvens. Formação de aerossóis orgânicos através da foto-oxidação do isoprene O estudo enfatiza o mecanismo de formação de aerossóis na floresta tropical. 2004-03-30 https://doi.org/10.1126/science.1092805 Ciências Biológicas A atmosfera natural da Amazônia possui um vigoroso sistema hidrológico, isto é, caem muitas chuvas, e em grande quantidade, para manter o ambiente natural da floresta tropical úmida. Para existires tais índices de precipitação pluviométrica, porém, são necessários núcleos de condensação em número significativo. Era neste ponto que residia a maior dificuldade científica, pois quando os pesquisadores mediam a concentração destas partículas (os aerossóis) na atmosfera amazônica, sempre faltavam compostos químicos orgânicos que pudessem fechar o balanço do número de partículas para a produção de nuvens. Ou seja, os cientistas encontravam as partículas de condensação, mas não sabiam de onde elas vinham, pois não tinham descoberto os compostos quimio-orgânicos que as formavam. De fato, as partículas primárias emitidas pela vegetação não podima responder pela formação das nuvens sobre a Amazônia, por serem produzidas num número muito pequeno para a magnitude do fenômeno. Os cientistas também sabiam que outros compostos orgânicos emitidos pela vegetação, chamados terpenos, participam da produção de partículas. Entretanto, embora os compostos terpenóides dominem a produção de partículas orgânicas em áreas de florestas temperadas, não são tão importantes na Amazônia, que é uma região tropical. A solução veio através da investigação de outro composto orgânico volátil (isto é, um gás), chamado isopreno, emitido pela vegetação tropical em maiores quantidades. Até a difusão dos resultados desta pesquisa desconhecia-se a possibilidade do isopreno atuar como precursor (formador) de partículas. A descoberta de um novo composto químico na fase de aerossól, chamado “2-methylthreitol” (C5H7O4), aponta para a resolução deste problema científica. O composto descoberto é produzido pela oxidação fotoquímica de isopreno (isto é, o isopreno exposto à luz solar transforma-se no “2-methyltheritol”. Agora sabe-se que não apenas as emissões de isopreno podem produzir partículas de aerossóis e núcleos de condensação de nuvens, como também que podem ser o elo entre o funcionamento ecológico da floresta e o clima na Amazônia. A descoberta representa um passo importante na elucidação dos mecanismos de controle climático pela floresta. A descoberta do “2-methylthreitol”, auxilia no fechamento dos cálculos relativos à formação de nuvens e precipitação de chuvas na Amazônia e aponta para uma ligação entre as emissões biogênicas da floresta e o clima sobre ela, já que o composto recém descoberto responde por uma fração significativa dos núcleos de condensação de nuvens. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/23619 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/d4aba600ab83aa3106759dee8886ce8bf74d7e06.jpg |